Jair Bolsonaro exibe caneta na cerimônia de posse (Foto: Lula Marques/Fotos Públicas)
O segundo #tbt do iPolítica acompanha o recente fenômeno da internet, o hit “Caneta azul”, composta pelo maranhense Manoel Gomes, canção já conquistou mais de 8 milhões de visualizações no YouTube desde seu lançamento. Uma ‘simples’ caneta já havia ganhado uma grande repercussão nas redes, guiadas por ações e declarações do presidente Jair Bolsonaro.
Tudo começou quando Bolsonaro afirmou publicamente, em tom irônico, que não utilizaria mais a caneta da marca Bic, produto da companhia francesa. O presidente disse que passaria assinar os documentos, como decretos, com canetas da marca Compactor. O episódio aconteceu em agosto deste ano após críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, pela atuação de Brasília nos incêndios da Amazônia.
Jair Bolsonaro costumava destacar o uso da caneta Bic como símbolo de austeridade e simplicidade de seu governo, comparando os próprios gastos com os de presidentes anteriores. A relação do político com a marca francesa tornou-se próxima antes mesmo de assumir a Presidência. Na cerimônia de posse, o uso de uma caneta popular pelo novo governante viralizou nas redes sociais.
Inicialmente, a informação era de que Bolsonaro havia usado um objeto da Bic na ocasião. Dias depois, a empresa Compactor manifestou-se no Twitter como fabricante da caneta escolhida para o evento e citou “a honra” de o presidente ter assinado o documento com um objeto 100% nacional.
Em outros anúncios de projetos e tomadas de decisão, Bolsonaro mencionou a marca francesa. Em maio, durante atrito com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o presidente se disse orgulhoso do “poder da caneta Bic” para revogar decretos e desregulamentar a economia brasileira.
Embora seja 100% brasileira, a Compactor tem raiz na família alemã Buschle, que fundou uma produção de canetas nos anos. A marca se define, em seu site, como “o braço” no Brasil da marca Schneider — esta, descrita no mesmo portal como “global”, mas com produção desenvolvida e fabricada na Alemanha. Uma parceria feita no início dos anos 1990 para distribuir produtos da marca alemã para a América Latina e produzir alguns deles em solo brasileiro.
Na pauta ambiental, Jair Bolsonaro também teve atrito com a chanceler alemã , Angela Merkel. Depois de Berlim suspender investimentos em projetos de proteção à Amazônia, em função de altas taxas de desmatamento, o presidente brasileiro disse a Merkel para “pegar o dinheiro e reflorestar” seu próprio país.