Foto: Divulgação/Ascom Câmara Municipal

02/12/2022 – 08:38:38

Redação

Mesmo estando afastado de suas atividades na Câmara Municipal desde o início de novembro por uma determinação judicial, o vereador Sidão Oreiko (União) continua aproveitando seu salário de legislador, conforme indica o Portal da Transparência do Poder Legislativo. É importante destacar que o salário bruto dos vereadores de Guarapuava é de R$ 10.593,44, que são pagos com recursos públicos.

Com as investigações do MPPR (Ministério Público do Paraná) ainda em andamento, Sidão está em uma posição, no mínimo, confortável, pois além de não precisar trabalhar, continua colhendo os louros de sua função pública. Além disso, o Poder Legislativo de Guarapuava segue com um vereador a menos na impossibilidade de se convocar um suplente para o cargo.

Entenda o caso

No último dia 7 de novembro, foi lido, durante o expediente da Câmara Municipal de Guarapuava, uma determinação do Poder Judiciário do Estado do Paraná que determina o afastamento imediato do vereador Sidão Oreiko de suas funções públicas em razão da investigação em curso contra o legislador no caso das “rachadinhas”.

“Foi determinado judicialmente o imediato afastamento das funções públicas exercidas pelo investigado Alexandre Jorge Oreiko, no cargo de vereador, e do investigado Florence Oreiko, do cargo de Assessor A2”, indica o texto enviado pelo Poder Judiciário, evidenciando que o irmão do vereador, investigado no mesmo caso, deve ser afastado de seu cargo comissionado na Prefeitura Municipal.

A determinação da Justiça também específica que Sidão Oreiko, seu irmão Florence Oreiko e sua esposa Paola Santos sejam proibidos de acessar as dependências do Poder Legislativo de Guarapuava.

Relembre a denúncia

O MPPR (Ministério Público do Paraná), em Guarapuava, ofereceu denúncia criminal contra o vereador Sidão Oreiko, sua esposa e seu irmão pelo suposto caso de “rachadinha” denunciado no início deste ano. O MPPR sustenta que Sidão, sua esposa e seu irmão seriam responsáveis por organizar um arranjo de “rachadinha” na Câmara Municipal, embolsando parte dos vencimentos de servidores vinculados ao gabinete do vereador, incorrendo assim nos crimes de associação criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e coação no curso do processo.

As investigações foram conduzidas pela 14ª Subdivisão da Polícia Civil e o Núcleo de Guarapuava do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa), no âmbito da Operação Moeda de Troca, com participação também da 7a Promotoria de Justiça da comarca. Conforme apurado, ao menos duas servidoras públicas foram coagidas, por quatorze vezes, a entregar ao vereador e sua esposa produtos alimentícios ou dinheiro, entre fevereiro de 2021 e abril de 2022, sob a ameaça de exoneração.

As mulheres ainda teriam recebido ordem de repassar no mínimo R$ 200 de seus salários, mensalmente, além da integralidade de seus 13º salários, por meio de transferências PIX em favor do irmão do vereador, que emprestou a conta para dissimular o verdadeiro destinatário do dinheiro, em situação que configura lavagem de dinheiro. Somente com essas vítimas os denunciados teriam garantido pelo menos R$ 2.060,00. A esposa do vereador também teria procurado uma das servidoras, após saber das investigações, buscando fazê-la desistir de relatar os fatos – por conta disso foi denunciada por coação.

O Gepatria segue à disposição para receber notícias de irregularidades similares praticadas pelo vereador ou outros agentes públicos. O contato é o telefone (42) 3623-0276 e o e-mail gepatria.guarapuava@mppr.mp.br.