13/10/2022 – 10:18:46
Redação
Após ter sido afastado pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal de Guarapuava por um período de 30 dias, o vereador Sidão Oreiko (União) retornou aos trabalhos legislativos nesta semana. Na decisão pelo afastamento temporário, os membros do conselho haviam deixado claro que a medida não era uma punição, mas sim “uma diligência para melhor instrução do processo” que apura as denúncias de “rachadinha” realizadas contra o vereador por uma funcionária comissionada da Fundação Proteger.
Apesar do Conselho de Ética ainda não ter apresentado uma conclusão de seus trabalhos sobre essa questão, o MPPR (Ministério Público do Paraná) apresentou uma denúncia criminal contra o vereador, sua esposa e seu irmão pela suposta prática de rachadinha.
As investigações foram conduzidas pela 14ª Subdivisão da Polícia Civil e o Núcleo de Guarapuava do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa). Conforme apurado, ao menos duas servidoras públicas foram coagidas, por quatorze vezes, a entregar ao vereador e sua esposa produtos alimentícios ou dinheiro, entre fevereiro de 2021 e abril de 2022, sob a ameaça de exoneração do cargo comissionado.
As mulheres ainda teriam recebido ordem de repassar no mínimo R$ 200 de seus salários, mensalmente, além da integralidade de seus 13º salários, por meio de transferências PIX em favor do irmão do vereador, que emprestou a conta para dissimular o verdadeiro destinatário do dinheiro, em situação que configura lavagem de dinheiro. Somente com essas vítimas os denunciados teriam garantido pelo menos R$ 2.060,00. A esposa do vereador também teria procurado uma das servidoras, após saber das investigações, buscando fazê-la desistir de relatar os fatos – por conta disso foi denunciada por coação.
Histórico
Desde que assumiu seu mandato como vereador, Sidão Oreiko tem seu nome ligado a diversas polêmicas. Além de estar envolvido em um caso de extorsão e demonstrar desrespeito durante as sessões online, onde aparecia deitado no sofá de casa, fazendo caretas e brincando com a filha, o legislador está envolvido em um caso mais grave, onde é acusado de “rachadinha” por uma funcionária comissionada da Fundação Proteger, sendo que, por essa denúncia, o vereador teve mandados de busca e apreensão cumpridos em sua casa e gabinete, além de ter sido denunciado criminalmente pelo MPPR.