Foto: Divulgação/Dircom Câmara Municipal
13/12/2023 – 07:44:25
Redação
A Câmara de Vereadores de Guarapuava protagonizou um espetáculo de descompromisso com o interesse público durante a votação da LOA (Lei Orçamentária Anual) para 2024. Em uma sessão que beirou o ridículo, os representantes eleitos rejeitaram mais de 30 emendas propostas pelas vereadoras Prof.ª Bia (MDB), Cris Wainer (PT) e Professora Terezinha (PT).
A justificativa monótona e pouco convincente da bancada do prefeito foi a mesma dos últimos quatro anos: “ele prometeu que fará, não há necessidade de emenda para obrigar”, demonstrando uma triste manutenção da política do “toma lá, dá cá”. Mesmo depois de 204 anos, Guarapuava parece ainda ser refém dessa prática ultrapassada que ignora a voz da população em prol de acordos de bastidores.
Ao rejeitarem emendas que poderiam direcionar recursos para questões essenciais da comunidade, os vereadores entregaram ao prefeito um “cheque em branco” de R$ 755,5 milhões para gastar conforme sua vontade. Nos últimos três anos – e até mesmo nas gestões anteriores – essa permissividade resultou em um alarmante volume de investimentos em cargos comissionados na prefeitura, enquanto necessidades básicas da população continuam sendo negligenciadas.
Emendas
A Lei Orçamentária Anual para 2024 foi aprovada com apenas três emendas, todas propostas pela bancada do prefeito. As prioridades apresentadas por eles são essenciais para o município: um montante de R$ 1,5 milhão destinado à compra de um projetor de imagens para o Teatro Municipal, um luxo questionável diante das reais carências da cidade. Enquanto outros R$ 50 mil foram alocados para despesas com prêmios, medalhas, troféus e condecorações para eventos do município.
A única emenda aprovada ontem, e que irá beneficiar efetivamente a população, destina R$ 1,5 milhão para a revitalização da praça do Xarquinho, porém, isso parece ser apenas um pingo no oceano do descaso e da falta de responsabilidade dos vereadores no tratamento dos recursos públicos.
Outras emendas mais importantes – que garantiam recursos para reformas em escolas municipais, para o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), para criação de vagas em período integral em CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil), programas de habitação, perfuração de poços artesianos para comunidades rurais, entre outras – foram rejeitadas.
Cheque em branco
A decisão da Câmara de Vereadores não apenas decepcionou os eleitores, mas também expõem a integridade e a ética dos nossos representantes municipais. A população de Guarapuava constantemente vem exigindo transparência e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos, pois está claro que a atual gestão está mais preocupada em atender a interesses pessoais do que em promover o bem-estar da comunidade.