30/09/2024 – 11:12:44
Redação
Cesar Silvestri Filho, ex-prefeito de Guarapuava e herdeiro de uma dinastia política, tem colecionado manchetes nada lisonjeiras em sua vida pública. Sua trajetória administrativa foi marcada por condenações em diferentes frentes, demonstrando um padrão de práticas que demonstram falta de compromisso com a ética e a transparência no serviço público.
A primeira dessas condenações diz respeito a um clássico exemplo de “como não se faz” na gestão pública: o nepotismo. Em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), Cesar Silvestri Filho e outros réus, incluindo vereadores e membros da administração, foram pegos nomeando parentes para cargos comissionados, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Esse favoritismo descarado beneficiou desde familiares próximos até parentes colaterais, com nomeações estratégicas em cargos como Secretário de Planejamento e Assessor Jurídico da Câmara. O caso foi parar nos tribunais, e o juiz não teve dúvidas ao reconhecer a improbidade administrativa. A sentença resultou em uma multa civil equivalente a cinco vezes o valor dos salários pagos na época, atingindo diretamente César Filho e seus cúmplices na “fábrica de apadrinhados”.
Mas o currículo de controvérsias do ex-prefeito não para por aí. Durante seu mandato como deputado estadual, ele foi novamente alvo de investigações, desta vez por um esquema que já virou um “clássico” em certos círculos políticos: a nomeação de funcionários fantasmas. Ao lado de outros políticos como Marcelo Rangel e Rubens Bueno, Cesar Silvestri Filho foi acusado de utilizar servidores da Assembleia Legislativa do Paraná para atender aos interesses partidários do PPS (atual Cidadania), e não do Legislativo. Resultado? Uma nova condenação, com a obrigatoriedade de ressarcimento aos cofres públicos e o pagamento de multa. A vergonha parece não ter fim.
A cereja no bolo de suas polêmicas envolve uma concessão pública tão nebulosa quanto questionável. Em 2016, já como prefeito, Silvestri Filho concedeu irregularmente um terreno próximo ao Parque das Araucárias, às margens da BR-277, para a instalação de uma unidade da Madero SA, tudo sem a devida licitação. O MP-PR foi direto ao ponto: a concessão violou o princípio da impessoalidade, favorecendo a empresa em detrimento de uma concorrência justa. O caso, que ficou engavetado por sete anos, agora caminha pela justiça, e o Ministério Público exige não apenas a anulação da concessão, mas também a retirada da empresa do local e a reconstrução do que foi danificado pela obra. Para quem já estava na berlinda, essa foi mais uma acusação de articulação entre interesses privados e o poder público.
E não acaba aí. O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) também decidiu que o ex-prefeito de Guarapuava merecia uma sanção. Em 2016, quando ocupava o cargo de presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Centro-Sul (Cisgap), ele foi multado pela contratação irregular de servidores para cargos comissionados que simplesmente… não existiam! Cinco funcionárias foram nomeadas sem que houvesse qualquer previsão legal para os cargos que ocupavam. Resultado? Mais uma multa e mais um carimbo de má gestão na ficha de Silvestri Filho.
Com uma ficha assim, Cesar Silvestri Filho se torna um exemplo clássico de como a gestão pública pode ser distorcida por práticas de favorecimento e decisões que atropelam a ética e a legislação. Seus inúmeros tropeços jurídicos e administrativos são um retrato de uma carreira política marcada por polêmicas.