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24/12/2024 – 10:48:28
Redação
No dia 14 de maio de 2024, a Prefeitura de Guarapuava iniciou as obras de revitalização do calçadão da Rua XV de Novembro, no centro da cidade. A primeira fase, com investimento de aproximadamente R$ 14 milhões, financiados pelo Paraná Cidade, visava transformar a via, tornando-a mais moderna e acessível, mas o resultado até o momento tem gerado inquietação tanto para os comerciantes quanto para a população.
O projeto, apresentado em setembro de 2022, inclui uma série de melhorias: nivelamento da rua, ciclofaixa, arborização, iluminação, novos bancos e quiosques, além de um calçadão que se estenderia entre as ruas Saldanha Marinho e Tiradentes, integrando ainda a Praça Nove de Dezembro ao Museu Visconde de Guarapuava e ao Santuário Nossa Senhora de Belém. As expectativas eram altas, mas a realidade, ao menos até agora, tem sido bem diferente.
Projeto original da revitalização. Imagem: Divulgação
Com o fim do ano se aproximando, muitos já começaram a questionar o impacto da revitalização. O aspecto desértico da rua, ainda sem a arborização prometida, preocupa. Árvores centenárias foram removidas e, em seus lugares, os canteiros estão vazios e, em muitos casos, repletos de lixo.
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Para os pedestres e motoristas, a experiência não tem sido das melhores. A rua, que já era conhecida por suas vias estreitas, parece ainda mais limitada com os novos palanques fixados nas laterais. Esses, muitas vezes tortos e mal posicionados, dificultam o tráfego de veículos e a circulação de pessoas, além de reduzir o número de vagas de estacionamento. A escassez de espaços para estacionar tem sido uma grande frustração, especialmente para os comerciantes, que já enfrentavam dificuldades para atrair clientes devido às obras. Com a diminuição das vagas, a expectativa de consumidores chegando para comprar no centro da cidade é preocupante.
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A frustração dos lojistas vai além. Para muitos, a obra tem sido um verdadeiro caos, com interrupções nas atividades comerciais e complicações logísticas. As entregas de mercadorias, por exemplo, se tornaram um desafio, já que o trânsito de caminhões nas vias bloqueadas foi restringido por muitos meses. Além disso, o centro de Guarapuava perdeu uma de suas mais tradicionais atrações de fim de ano: a Casa do Papai Noel. A rua e a praça, que durante décadas foram o palco da decoração natalina, ficaram de fora das festividades deste ano, agravando a sensação de abandono e afastando ainda mais os clientes.
Em contraste com outras cidades paranaenses, como Curitiba, Maringá, Londrina e Ponta Grossa, que apostaram em ampliar o espaço de estacionamento para impulsionar o comércio, Guarapuava optou por diminuir essas vagas na revitalização do centro. Isso tem se mostrado um erro, principalmente para os comerciantes locais que dependem dessa proximidade com o público para garantir as vendas, especialmente durante o período de festas.
Com a segunda fase das obras ainda por começar, que deverá custar cerca de R$ 9 milhões, a esperança é de que o projeto original seja finalmente concluído conforme o planejamento. O que muitos esperam é que as melhorias entreguem o que foi prometido: uma rua revitalizada, mais acessível e atrativa, que não apenas valorize o centro de Guarapuava, mas também ajude a reaquecer a economia local. A conclusão das obras é aguardada com otimismo, mas também com uma boa dose de ceticismo por parte daqueles que viveram o transtorno das intervenções.