João Nieckars entrega ficha de desfiliação para a vereadora Prof.ª Bia. Foto: Divulgação/Assessoria
04/08/2021 – 07:26:12
Redação
O MDB (Movimento Democrático Brasileiro) vem amargando perdas em diversos diretórios municipais após a desfiliação de Roberto Requião da sigla nesta segunda-feira (02).
Em Guarapuava, três figuras importantes para o partido local resolveram acompanhar o ex-governador e também deixaram o partido. João Nieckars, Antônio Araújo e Ramon Barbosa e Silva, estes dois emedebistas antigos, declararam que não compactuam com os novos direcionamentos da sigla após a eleição do novo diretório estadual no último sábado (31).
“Partido é um instrumento para se fazer política. E quando esse instrumento perde o fio, enferruja, estraga, chega a hora de nós trocarmos de instrumento. O MDB do Paraná foi um instrumento que enferrujou, estragou, pelas mãos de três pessoas: João Arruda, Anibelli Neto e Sérgio Sousa, todos intimamente ligados, inclusive de forma fisiológica, ao governo do Ratinho e, consequentemente, ao governo Bolsonaro”, declarou Nieckars.
A visão é a mesma de Requião, que ao se desfiliar do MDB, disse que o partido havia se tornado “bolsonarista e racista”. Para o jurista Ramon Barbosa e Silva, que integra os quadros do MDB desde a juventude, a debanda da sigla está relacionada com o desejo de um governo de viés progressista.
“A saída do MDB, que perdeu a alma e os objetivos, representa a fidelidade a um projeto político que defende um Estado forte, indutor do desenvolvimento e da justiça social, que sirva àqueles que mais necessitam da Administração Pública. Os atuais governos estão muito distantes dessas premissas irrenunciáveis, sendo que seguiremos nossa luta política em outro partido, junto com Roberto Requião, que foi o melhor governador que o Paraná já teve – e voltará a ter”, disse o jurista.
Foto: Divulgação/Assessoria
Para Nieckars, o foco do partido deveria ser construir um governo “socialmente inclusivo, de tarifas sociais, de assistência social, desenvolvimentista, que preze pelos micro empresários, pelos pequenos agricultores, baseado em democracia e não em empregos e favores”.
Novo partido
Até o momento, nem Requião e nem seus debandados indicaram claramente para que partido irão seguir. O ex-governador vem sendo assediado por partidos progressistas, como o PDT (Partido Democrático Trabalhista), o PT (Partido dos Trabalhadores) e o PSB (Partido Socialista Brasileiro).
Em uma enquete feita no Twitter, Requião chegou a questionar seus seguidores em qual partido deveria se filiar e obteve como resultado o PT. Nos próximos dias o ex-governador deve se reunir com representantes dos partidos, como o ex-presidente Lula, para escolher uma sigla e debater a migração.