Foto: Divulgação/Secom Guarapuava
07/05/2020 – 11:27:49
Redação
Guarapuava pode ter o vereador que mais emplacou mandatos consecutivos no país caso Elcio Melhem (PODEMOS) seja reeleito nas Eleições Municipais de 2020.
O Vereador, que iniciou sua carreira legislativa em 1983, fica atrás – por uma diferença de apenas 3 anos – de Nirdo Artur Luz (PSD) da Câmara Municipal de Palhoça (SC).
Melhem, que teve sua primeira vitória nas Eleições Unificadas de 1982, conversou nesta manhã com a redação do iPolítica sobre sua trajetória no Poder Legislativo e uma possível candidatura para a corrida eleitoral deste ano.
iP: São quase 40 anos dedicados ao Poder Legislativo, como foi a sua primeira candidatura?
EM: Em 1982 o meu irmão o Abrão [José Melhem] era vereador em Guarapuava. Ele saiu candidato a vice-prefeito na chapa com o [ex-prefeito] Nivaldo Krüger, e como nós tínhamos já um trabalho realizado, tanto ele como vereador e eu como coparticipe da carreira política, eu entendi que eu deveria participar da vida pública me candidatando a vereador naquela lacuna [do irmão] que ficaria aberta.
Eu tive a felicidade de sair candidato e ser eleito nas eleições de 1982. Essa minha primeira eleição, eu tenho dito sempre, foi a eleição mais difícil de todos os tempos, porque era uma eleição unificada. Você votava para governador, senador, deputado federal, deputado estadual, prefeito e vereador. Eu saí candidato pelo PMDB (Movimento Democrático Brasileiro) e você devia votar nos candidatos do mesmo partido ou anulava o voto, então isso foi o mais difícil. Naquela época eram 130 candidatos a vereador em Guarapuava e a cidade devia ter 50 mil eleitores e eu fui o segundo vereador mais votado naquela eleição, com 2.250 votos.
iP: Desde o seu primeiro dia na Câmara Municipal, em 1983, o senhor, em algum momento, ficou afastado do cargo de vereador por algum motivo?
EM: Ao longo desses nove mandatos, exatamente 37 anos, eu jamais fiquei afastado ou fui afastado por qualquer situação. Sempre procurei desempenhar as funções com a mais correta lisura, então nunca tive problemas com o Poder Judiciário. Nem mesmo por questões de saúde ou particulares. Ao longo desses 37 anos nunca me afastei da Câmara Municipal.
iP: São nove mandatos consecutivos como vereador em Guarapuava, ao que o senhor atribui esse número de reeleições?
EM: Pelo trabalho que você desenvolve ao longo dos anos. Eu sou um político que nunca prometi nada daquilo que eu não pudesse cumprir. O grande problema do político é ele, durante uma campanha eleitoral, fazer propostas e promessas que sabe que não pode cumprir. Eu sempre procurei fazer uma campanha séria, sem prometer aquilo que não tivesse ao meu alcance.
Também o fato de eu atender gratuitamente, no meu escritório como advogado, pessoas carentes, seja na área da família ou criminal. Poder prestar um atendimento à população quando eles me procuram. Eu nunca deixei de atender, nem mesmo se fosse para dizer não, eu sempre tive essa sinceridade para com o eleitor. Então isso vai criando um laço de confiança e amizade com o eleitor, este é o segredo para que eu tenho acumulado nove eleições consecutivas.
iP: Nesta janela partidária o senhor deixou o PP (Partido Progressista) para se filiar ao PODEMOS, por que optou pela troca de sigla?
EM: Com essa janela, a princípio, eu tinha interesse em me filiar no PSD, onde o [ex-prefeito] Fernando Carli, do qual eu fui líder por oito anos na Câmara Municipal, havia se filiado. Mas eu tinha que fazer também uma análise de uma conjuntura de chapa de vereadores e, como eu também já havia recebido o convite do prefeito Cesar Silvestri, para me filiar no PODEMOS, achei melhor acatar o convite do prefeito. Também recebi convites para ir ao SOLIDARIEDADE e ao CIDADANIA.
iP: A maneira de se fazer política mudou muito ao longo desses 37 anos?
EM: Houve uma transformação muito grande no modo e o sistema de fazer política. Infelizmente transformou-se para o lado ruim. Porque antigamente havia muito mais comprometimento entre o político e o eleitor, havia mais confiabilidade.
Com o passar do tempo, o próprio político começou a procurar fazer com que, ao invés de se exercer uma boa política, fizesse politicagem durante o seu mandato. Então, infelizmente, hoje, não se faz mais política como se fazia antigamente, onde havia uma ideologia, onde você defendia os termos, o estatuto, tudo aquilo do teu partido. Hoje, com esta gama de partido que nós temos no Brasil, não se tem condições.
iP: Vai tentar o 10º mandato?
EM: Com certeza vou em busca do 10º mandato. E com o mesmo lema, disposição, sinceridade, sempre procurando assumir compromissos que possa honra-los.