Foto: Divulgação/Dircom Câmara Municipal
09/10/2024 – 11:45:43
Redação com informações de MPPR
O vereador reeleito de Guarapuava, Cristóvão da Cruz, foi denunciado pela 43ª Promotoria Eleitoral do Ministério Público do Paraná (MPPR) por prática de violência de gênero durante sessão plenária da Câmara Municipal, realizada no dia 12 de março deste ano. O episódio, que foi filmado, envolveu atitudes dirigidas contra as vereadoras Cris Wainer e Professora Terezinha, gerando a ação penal que agora tramita na 43ª Zona Eleitoral de Guarapuava.
De acordo com a denúncia, o vereador teria “constrangido e humilhado” as colegas ao se referir a elas de maneira desrespeitosa e desdenhosa. No texto, o MPPR acusa Cristóvão de ter usado pronomes depreciativos ao se dirigir às vereadoras, como “a que me antecedeu” e “a outra”, ignorando seus nomes próprios e desconsiderando o tratamento adequado previsto no regimento. A Promotoria apontou que o vereador também utilizou mansplaining, sobrepondo sua fala às das colegas em diversos momentos, atitude que consiste em explicar algo a uma mulher presumindo que ela não compreenda o tema, mesmo sendo conhecedora.
A Promotoria Eleitoral pede a condenação de Cristóvão da Cruz com base nos artigos 326-B e 327 do Código Eleitoral (Lei 4.737/65), que tratam da prática de violência política contra mulheres. A pena prevista para esse tipo de crime é de multa, além de reclusão de um a quatro anos, podendo ser aumentada em um terço a metade devido ao menosprezo à condição de mulher. Caso condenado, as penas serão aplicadas de forma cumulativa, conforme prevê o concurso material (art. 69 do Código Penal).
A denúncia foi aceita pela Justiça Eleitoral e o processo seguirá os trâmites legais. Caso condenado, o vereador poderá enfrentar sérias consequências, incluindo a perda de mandato.