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Plano de arborização urbana de Guarapuava está em fase final

A previsão para finalização do projeto é em julho de 2020

Foto: Amanda Crissi

Com o objetivo de readequar o sistema arbóreo da cidade, o PEDAU (Plano Diretor de Arborização Urbana) está em fase final de levantamento de campo. “O projeto consiste em disciplinar tanto a poda quanto a substituição das árvores no perímetro urbano de Guarapuava, que, por ser uma cidade antiga, acabou reunindo várias espécies não nativas e que não são adequadas para a região, então acabou resultando em  problemas para o sistema radicular, para as redes de esgoto e, na parte aérea, para as fiações. Então hoje tem muitas árvores aí que estão inadequadas e precisam ser substituídas”, pontua o secretário de Meio Ambiente, Celso Araújo.

Um exemplo claro dessas substituições está em um dos cartões postais da cidade, a Lagoa das Lágrimas, de onde foram removidas várias espécies. “Tinham muitas espécies lá, principalmente a grevílea, que eram inadequadas para aquele espaço. Ela estourava toda a calçada, porque o sistema radicular dela é agressivo, e atingia também a parte aérea. Então nós fizemos um laudo técnico, uma audiência pública para orientar a população e nós substituímos todas as árvores que estavam inadequadas por outras espécies que não irão causar problema”, reitera o secretário.

O estudo está sendo realizado em todos os bairros da cidade, e conta com estagiários como a Hérica Rozário, pós-graduanda em Ciências Biológicas na Unicentro, para realizar o trabalho técnico, que agora está na parte qualitativa. “Nessa fase nós medimos toda a circunferência da árvore, a distância do tronco até o meio fio para ver se há uma acessibilidade, a altura da copa, o tamanho da árvore para ver se está pegando na fiação ou não. E também as espécies e localização delas”, explica a bióloga.

Assim que a pesquisa for finalizada, o projeto segue para a normatização, ou seja, é transformado em lei ou decreto municipal. “Quando esse projeto técnico for aprovado, como um decreto ou uma lei, nós teremos mais respaldo até para disciplinar os cidadãos e toda a questão de arborização no município de Guarapuava”, explica o secretário Celso Araújo.

Arborização no Brasil

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda uma quantidade mínima de 12 m² de área verde por habitante, sendo a ideal de 36 m², aproximadamente três árvores, por morador.

Porém, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) um terço dos domicílios brasileiros em áreas urbanas não possuem nenhuma árvore em seu entorno. Foram avaliadas 14,9 milhões de moradias (32% do total pesquisado) onde residem 50,5 milhões de pessoas (33%).

A região com menos áreas verdes é a Norte, com cerca de 63% de domicílios urbanos sem árvores. Já o Sudeste caracteriza a melhor cobertura verde, com carência de apenas 26% das residências sem arborização por perto. O levantamento não levou em consideração as árvores que ficam em jardins internos.

Os dados também revelaram que os domicílios mais pobres também são os que possuem menos áreas verdes. Nas residências com renda per capita mensal de até um quarto do salário mínimo, aproximadamente 43% não têm árvores aos redores. O índice cai quase à metade, cerca de 21%, nas moradias que apresentam uma renda de mais de dois salários mínimos por pessoa.

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