17/09/2024 – 10:12:28
Redação
A Prefeitura de Guarapuava firmou contratos que totalizam mais de R$ 19 milhões em 2024 para a locação de máquinas e caminhões, como mostram contratos disponíveis no Portal da Transparência. Com 27 contratos distribuídos entre diversas empresas, os valores destinados à locação de equipamentos pesados evidenciam uma dependência da administração municipal em relação a prestadores de serviços terceirizados, em detrimento de uma possível gestão mais econômica e autossuficiente.
Entre os contratos mais vultuosos, a São Jorge Locações de Máquinas e Caminhões Ltda se destaca com dois contratos idênticos, cada um no valor de R$ 2.338.800,00, resultando em um total de mais de R$ 4,6 milhões. A Construtora RPL Ltda, por sua vez, também aparece como beneficiária recorrente, somando mais de R$ 3 milhões em contratos, distribuídos entre serviços de locação de caminhões e máquinas.
A gestão de Celso Góes optou por terceirizar grande parte dos serviços que envolvem o uso de máquinas e caminhões, uma decisão que, embora possa reduzir custos iniciais, gera questionamentos a longo prazo. O valor de R$ 19 milhões destinados, ao longo de apenas um ano, à locação de equipamentos poderia, em tese, ser utilizado para a compra de maquinário próprio, resultando em economia com a eliminação da necessidade de contratos anuais milionários com empresas privadas.
Os contratos milionários chamam atenção, especialmente quando somados. A M. A. Penteado Construções Ltda, por exemplo, firmou um contrato no valor de R$ 1.008.000,00 e outro de R$ 504.000,00, com diferentes objetivos. Da mesma forma, a Forte Locação de Máquinas e Caminhão Ltda abocanhou mais de R$ 2,6 milhões em contratos, um valor que levanta dúvidas sobre a real necessidade de tantos recursos para locação de maquinário.
A cidade, que passa por uma série de obras, ainda não conseguiu mostrar resultados proporcionais ao investimento que está sendo feito. Para muitos, a injeção massiva de recursos na locação de máquinas e caminhões poderia ser acompanhada de uma reavaliação das políticas públicas e da gestão orçamentária, para que não se tornasse uma constante fonte de despesas sem o retorno esperado.
Excesso de contratos revela falta de planejamento de longo prazo
Ao observar os 27 contratos firmados, há uma percepção crescente de que a prefeitura carece de planejamento de longo prazo. Em vez de depender anualmente de empresas terceirizadas para a realização de serviços essenciais, como pavimentação e manutenção de vias, a cidade poderia investir em alternativas mais sustentáveis. O gasto excessivo com locações indica uma possível falta de visão estratégica, com decisões sendo tomadas com foco no curto prazo e sem considerar a economia a longo prazo que a compra de maquinário poderia trazer.