Foto: Divulgação
11/03/2024 – 18:37:30
Jianete Ribeiro Neves de Souza*
Ao iniciarmos o mês de março trazemos à memória também a celebração do dia 08, o Dia Internacional da Mulher, onde muitas questões precisam ser relembradas e repensadas em nosso cotidiano.
A nossa sociedade, não tem como negar que a invisibilidade sempre foi imposta à mulher em todos os setores. E para tal comprovação, basta uma pesquisa na história e veremos que em diversas áreas, incluindo as científicas direcionadas ao domínio e competência masculina, como por exemplo, a matemática, a física, a química, a economia, a engenharia, entre outras, ocorreu uma forte negação do protagonismo da mulher, em estudos, fundamentos, descobertas e criações. Tal atitude, num passado recente era uma prática constante e talvez ainda persistam, cerceando muitas de nós do reconhecimento científico e social, simplesmente pelo fato de ser mulher.
E em pleno séc. XXI, deveria nos causar mais perplexidade, ao nos damos conta do absurdo de que, continua ainda a aflorar no imaginário social, permeado pelo machismo e o patriarcado excludentes, a ideia de que a mulher é frágil, portanto por direcionamento destes, precisa ser guiada, encaminhada, protegida e cuidada. Argumentos estes, entre outros, utilizados para esconder que tal “proteção” tem como base, o controle. Um meio camuflado, para definir quem tem o poder de decisão sobre os direcionamentos do que deve ser realizado no contexto social para um determinado “bem comum”.
Mas é também neste contexto, que percebemos aos poucos, porém com uma certa constância e intensidade a atuação da mulher, no desvencilhar das amarras impostas. Vamos vivenciando pouco a pouco, o empoderamento e a rebeldia da mulher, ao impor-se em seus espaços de ação, desde o ambiente doméstico, dividindo as tarefas, até se estender na participação e integração em espaços públicos, em debates e porque não, na participação política estrutural.
Diante de toda essa exposição de fatos, é preciso esclarecer que nós mulheres, ao exigirmos reconhecimento e um constante desatar de nós socialmente impostos, visamos a promoção da unidade social. A construção e um compromisso coletivo entre todos os seres humanos, homens e mulheres, independente de crenças e identidades, de uma realidade justa, humana e inclusiva. Um mundo pensado por todos (as) e para todos (as), onde a vida seja realmente abundante em todos os sentidos, priorizando a harmonia e o bem-estar social.
É neste contexto de interação, que as mulheres vêm revolucionando, inovando, criando, transformando e reivindicando o que é seu por direito. É um direito, não por merecimento e sim, porque todas somos seres sociais e assim o sendo, é questão de preservação do que deve ser a garantia, à justiça e a igualdade de oportunidade na vida privada, social e cidadã. Isto significa sobretudo, que a mulher pode e deve, andar com seus próprios passos e no seu ritmo. E em sua caminhada, escolher a música e a melodia para conduzir a dança da vida, com total garantia de ser e de ter.
E o tal feminismo que assusta e arregala os olhos de muitos, não é nada mais do que a mulher em atuação e ocupação do espaço social, cobrando como cidadã um olhar para suas necessidades, dores e lutas. E para reforçar podemos resumir naquilo em que todas nós concordamos: “a mulher deve ser e estar onde ela quiser”.
Um viva a nossa liberdade e autonomia, que com força, garra e unidade, passo a passo, conquistamos!!!
Jianete Ribeiro Neves de Souza – Secretaria da Mulher Trabalhadora da APP Sindicato de Guarapuava e Coordenadora Regional da Marcha Mundial de Mulheres