Foto: Fifa
19/12/2022 – 10:54:19
Luiz Felipe
Se Copas têm dono, essa era de Lionel Messi e da Argentina. Os hermanos e franceses deram um show em campo, inclusive de disciplina, algo que ainda falta aos jogadores brasileiros, especialmente ao “menino” Ney
A Copa do Mundo FIFA 2022 chegou ao seu final tão esperado na tarde ontem e com um sabor mais do que especial para os argentinos, que levantam sua terceira taça após um longo jejum de troféus mundiais. Para os franceses sobrou o gosto amargo de subir ao pódio receber a medalha de prata; Mbappé, artilheiro do mundial, exibiu um sorriso amarelo ao receber a chuteira de ouro.
Essa copa também serviu para ensinar ao Brasil, especialmente a seleção brasileira, que cabelo “nevado”, dancinhas e outras patifarias não ganham copa. Nossa seleção infelizmente decepcionou outra vez e olha que era favorita ao título, uma coisa que sempre me irrita. Pois, iniciada uma competição, todas as equipes que ali estão são favoritas ao título. Sempre achei essa colocação uma tremenda estupidez.
O comportamento argentino em campo demonstrou muito da unidade do grupo. Messi é a estrela da albiceleste, mas não se comporta como estrela, mas como verdadeiro capitão do time, bem diferente de Neymar, que sabe da sua qualidade técnica e reduz os próprios colegas de equipe à sua síndrome de sol ao pensar que tudo gira entorno dele e de seu talento. Parte da culpa é da própria imprensa brasileira, que por muitos anos alimentou um mito que não acompanhou a realidade fora de campo. Neymar é, sem sombra de dúvidas, um excelente jogador e quem discorda disso não entende futebol. Mas o que sobra em Messi de liderança, falta em Neymar ao querer ser líder do grupo. Arrogância, prepotência, desrespeito com os adversários e mimado: esse é o resumo do “menino” Ney.
Contra Croácia, Neymar ficou irritado com o time após todos subirem ao ataque, o que acabou causando o gol de empate dos croatas. Tanto no jogo de hoje quanto no jogo contra a Holanda, apareceu uma Argentina que se deixou vencer pelo cansaço, mas não subestimou os adversários. Em dois jogos, com dois gols de vantagem, a Argentina deixou os adversários chegarem ao empate, mas isso em momento algum abateu a equipe, correram atrás do resultado e jogaram como um verdadeiro time, sem que a camisa 10 pesasse mais em cima da camisa 22. Messi brilhou em campo, mas quem levou a disputa para os pênaltis foi Martinez ao defender a última bola do jogo de forma brilhante; o goleirão já gigante com seus 1,95 de altura ficou ainda maior na frente do atacante francês.
Para a seleção brasileira, fez falta o Gabigol; sobrou Daniel Alves e fez muita falta Roberto Firmino em campo. Pedro e Alex Telles foram a passeio enquanto Vinni Jr. e Richarlison jogaram as partidas de sua vida nesta copa e deram o sangue em campo. Neymar rendeu o esperado, mas também já está na mira do PSG que começa a perceber que fez um péssimo negócio ao comprar o jogador, que passa mais tempo no departamento médico do que em campo, mas que mesmo assim – ironicamente – joga mais no PSG do que na seleção. Não dá para esquecer do principal responsável pela vergonha brasileira em campo, o técnico Tite. Na última copa o Brasil já não andava bem com Tite, isso já era sinal para troca, mas a CBF preferiu mantê-lo e assim afastar a chance do Hexa definitivamente.
O que mais deixa os brasileiros irritados é que a derrota foi diante da Croácia, um time que é tão tecnicamente ruim, que atrapalha o jogo dos outros, mas que soube fazer o que se propunha desde o início: pegar a defesa com as calças na mão durante um contra-ataque e assim arrancaram o empate do Brasil. Já com a Argentina a história foi diferente. Os Hermanos passearam em campo e mandaram a Croácia para disputar o terceiro lugar com Marrocos, outros seleção que deu o sangue nesta copa e mereceu demais chegar à semifinal, onde parou apenas diante da vice-campeã, a França.
O duelo Albiceleste x Les Blues deste domingo mostrou ao mundo uma final de Copa que há tempos não ocorria; repetiram o jogaço de Kazan, na Rússia, em 2018, quando a França eliminou a Argentina nas oitavas de final por 4×3, jogo em que a Argentina não se entregou. Mbappé era a novidade para a França e foi protagonista, de novo, em campo na decisão de ontem. Tornou-se o artilheiro do mundial e chegou a 12 no total, igualando-se a Pelé; tendo 25 anos de idade apenas, o francês tem pelo menos mais três copas pela frente e pode se igualar ou ultrapassar Miroslav Klose, o alemão aposentado e artilheiro das copas com 16 gols.
Infelizmente o Brasil não é mais o país do futebol e boa parte disso deve-se às toneladas de dinheiro injetadas no futebol e no grande negócio de mercado em que ele se transformou, o futebol como era antes já não existe mais, ao menos não para a América Latina, que passou a enviar todos os seus craques para a Europa a troco de milhares de dólares e euros, motivo pelo qual sempre serei por qualquer seleção sul-americana diante de um europeu. O mundo é albiceleste até 2026 e o hexa apenas delírio coletivo.
• Historiador •
Formado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste – Unicentro;
Professor de História e Sociologia;
Pesquisador.
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