Imagem: Mental Floss
Fake News: notícias falsas divulgadas principalmente nas redes sociais. Possuem informações inverídicas que apelam para o emocional do leitor.
Por vezes, o tema agrotóxico ou defensivos agrícolas é abordado pela mídia de maneira pejorativa, em algumas situações distorcendo os dados reais. Números mostram que entre os 14 principais países produtores de alimentos, o Brasil está em 11º lugar como o que menos consome defensivos. Uma das fake news que gera dúvidas é o de que nosso país utiliza produtos químicos que já́ foram banidos em outros países, fazendo os consumidores se perguntarem: por que usamos defensivos que são proibidos na Europa? Porém, essa afirmação é leviana e não traduz a realidade.
É importante deixar claro para a população que muitos dos defensivos agrícolas responsáveis por gerar essa dúvida não foram proibidos no continente europeu. Na realidade eles não foram registrados ou não tiveram seus registros renovados, muitas vezes isso acontece pelo fato de a agricultura europeia ter características diferentes da encontrada no Brasil, demandando menos a utilização de determinados produtos.
Diferentes condições climáticas e tipos de cultivos requerem diferentes manejos fitossanitários. Fungicidas por exemplo são mais utilizados no norte da Europa nas culturas de cereais, sob clima úmido e relativamente frio, já inseticidas são mais utilizados em climas tropicais, como no Brasil, aonde existe maior diversidade e quantidade de pragas, já o clima frio da Europa reduz naturalmente a pressão das pragas. Isso significa que os produtos são avaliados e aprovados de acordo com a necessidade de uso específico e particular de cada país e não necessariamente que ele esteja banido nos lugares de menor utilização.
Os países têm estruturas regulatórias distintas e essa característica também é válida para o registro de agrotóxicos. Cada país apresenta uma abordagem para o gerenciamento do risco destas substâncias. Para comparação, existem 22 herbicidas, um inseticida e 10 fungicidas aprovados para uso no trigo na Europa que não possuem utilização no Brasil.
Portanto é preciso diferenciar defensivos banidos de defensivos não registrados. Quando um produto é banido, significa que ele havia sido aprovado e que, por alguma reavaliação a sua utilização deve ser banida. Já a ausência de registro quer dizer que o produto não teve sequer um pedido de avaliação em determinado país. Se houver indícios de danos à saúde humana e/ou meio ambiente, o produto passará por um processo de reavaliação pelo Ministério da Agricultura, Anvisa e o Ibama que analisará os estudos toxicológicos e as evidências, após isso o produto pode ser proibido ou ter o seu uso restringido.
No Brasil, existe um sistema de reavaliação de produtos que pode ser acionado a qualquer momento em que houver alerta dos pontos de vista agronômico, de saúde ou ambiental. Sendo assim não há razão para se preocupar. Os produtos que já foram proibidos ou tiveram o uso restringido no Brasil podem ser verificados – clique aqui. É evidente que surjam dúvidas a respeito desse tema, porém é preciso que as fakes news sejam combatidas para trazer a correta informação para a população.
