Search
Close this search box.

Em áudio, Delegado Franscischini diz que foi cassado injustamente e indica esposa para Alep

Parlamentar teve seu mandato cassado por divulgar Fake News contra o sistema eletrônico de votação e está inelegível por oito anos

Foto: Divulgação/Alep

09/08/2022 – 08:53:04

Redação

Em um áudio que está circulando por grupos de Whatsapp, o ex-deputado estadual Delegado Franscischini (União) se dirige a todos os “ouvintes de Guarapuava e região” para dizer que foi “cassado injustamente” e deixou “quase meio milhão de paranaenses” sem seu representante na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná).

“Olá a todos os ouvintes de Guarapuava e região, prazer estar falando com todos vocês, olha eu fui cassado injustamente, perdi o meu mandato, que é de todos os paranaenses, por uma lei que não existe”, iniciou o ex-deputado.

Confira o áudio na íntegra

Ele continua dizendo que gravou um vídeo “faltando 10 minutos para o fim do processo eleitoral” e que não cometeu “nenhum crime, nenhuma ação de indenização civil, nada”. Ele também critica o fato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estar participando do processo eleitoral deste ano, afirmando que ele foi condenado “por mais de 12 anos, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, acusações das quais o ex-presidente foi inocentado.

Por fim, Franscischini afirma que há alguém que pode continuar seu trabalho na Alep e, em seguida, indica a própria esposa como candidata para os eleitores que ficaram “órfãos” de seu mandato.

“Hoje eu coloco a Flávia Francischini, minha esposa, que é policial federal, advogada, primeira secretária da Câmara em Curitiba, para ser pré-candidata a deputada estadual no meu lugar, para continuar o meu trabalho”, diz o ex-parlamentar.

Entenda a condenação

O ex-deputado estadual foi condenado, e cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no ano passado, após divulgar notícias falsas contra o sistema eletrônico de votação. No dia das Eleições Gerais 2018 – quando ocupava o cargo de deputado federal e era candidato a deputado estadual pelo Paraná – ele fez uma live para compartilhar a desinformação de que duas urnas estavam fraudadas e aparentemente não aceitavam votos no então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro. Na transmissão, ele também afirmou que urnas tinham sido apreendidas e que ele teria tido acesso a documentos da Justiça Eleitoral que confirmariam a fraude.

O boato propagado pelo parlamentar surgiu depois que começaram a circular na internet dois vídeos que tentam mostrar suposta dificuldade em votar em Bolsonaro, quando o eleitor chega à urna e tenta, de imediato, apertar as teclas do número 17. Ocorre que os vídeos evidenciaram erro do eleitor e foram prontamente esclarecidos pela Justiça Eleitoral, sendo desmentido também o rumor sobre a suposta apreensão de urnas, que nunca ocorreu. Quando a urna eletrônica apresentou a tela para votar no cargo de governador, o eleitor apertou as teclas 1 e 7 para votar para presidente. É visível nos vídeos a palavra governador, na parte superior da tela da urna eletrônica. O TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral paranaense) julgou improcedente a ação movida pelo MPE (Ministério Público Eleitoral), que recorreu ao TSE e reverteu o resultado.

Leia Também