Search
Close this search box.

Mesárias e mesários com deficiência relatam experiência de participar das Eleições 2024

De acordo com Kauane Rodrigues, mesária com deficiência visual, “as coisas mais inesperadas podem ser as mais interessantes”

Foto: Divulgação/TRE-TO

06/11/2024 – 10:55:33

Com informações de TRE-PR e revisão de redação

Entre os dias 2 e 20 de setembro, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, participou de treinamentos de mesárias e mesários com deficiência em Curitiba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, São José dos Pinhais, Londrina, Maringá e Cascavel. As capacitações, que também ocorreram em outros municípios do estado, contaram com recursos de acessibilidade como intérprete de língua brasileira de sinais (Libras) e autodescrição dos palestrantes.

Durante o treinamento realizado pela 177ª ZE de Curitiba, Marlon Brandão de Sousa, que tem deficiência visual, relata sua surpresa ao ser convidado para atuar como mesário. “Achei que fosse golpe. Falei: “você tem consciência de que eu não enxergo, né?” e esperava ouvir algo como “desculpa, foi mal”. Mas a pessoa do outro lado respondeu: “sim, por isso mesmo que a gente está contatando você”, recorda. Ele comenta que ficou contente por ter sido escalado sem nenhum tipo de diferenciação. “O TRE-PR nos estendeu a mão de um lado e a gente estendeu do outro”, explica.

Para Gisele Crisostimo Brandão de Sousa, que também tem deficiência visual total, a iniciativa do TRE-PR significa inclusão, diversidade e democracia. Ela conta que já havia sido convocada como mesária algumas vezes em outro estado, mas, quando informava que era cega, era dispensada. “Estamos aqui para colaborar, a expectativa é grande e […] o Tribunal quer nos incluir, isso é o principal”, lembra.

Kauane Mirian da Silva Rodrigues, estudante de Pedagogia e também cega, classifica a iniciativa de inclusão do TRE-PR como “uma surpresa agradável”. Ela conta que percebeu uma “preparação meticulosa” da Justiça Eleitoral do Paraná para incluir as pessoas com deficiência. 

“Os funcionários demonstraram preocupação com a acessibilidade e verificaram se os indivíduos envolvidos conseguiam acessá-lo sem dificuldades”, lembra.  Posso dizer que, antes dessa experiência, nunca tinha pensado na possibilidade de atuar como mesária. No entanto, ao aceitar o convite, percebi que as coisas mais inesperadas podem ser as mais interessantes”, reflete.

Segundo Kauane, a experiência foi positiva tanto para mesárias e mesários quanto para eleitoras e eleitores. Da mesma opinião compartilham a juíza da 122ª Zona Eleitoral (ZE) de São Miguel do Iguaçu, doutora Daniela Franco Reis e Silva Sá, e as servidoras e os servidores do Cartório Eleitoral

Leia Também